O CICLO
O CICLO – ago/2004
A semente morre e desabrocha pra vida
Cresce a planta, delicada ou robusta.
Surgem e multiplicam-se as folhas,
Tenras de início, viçosas e exuberantes se tornam.
Aos poucos amarelam,secam e caem.
Surge também o broto, diminuto e que depois se
Transforma no fruto, verde no início, amadurecido
No final pronto para o consumo.
Não colhido apodrece e cai, liberando novas sementes.
O ciclo se repete na flor. Nasce em forma de botão.
Cresce, libera suas pétalas e todo o seu esplendor
Surge com suas nuanças e exalando o seu perfume
Mas é efêmera essa beleza que logo se esvai.
A flor murcha e as pétalas caem.
O Sol surge enviando discretamente seus raios,
E afastando a negritude da noite
Sobe ao céu majestoso e inclemente.
Mas, no fim do dia, a sua cor mimetiza-se
Em amarelo dourado seguindo-se o vermelho
Lembrando pegadas de sangue.E o Sol foge,
Cedendo novamente a negritude da noite.
Um dia, fui à delicada planta
De tenra folha
Um dia, fui o fruto que encanta
De polpa que define a sua escolha
Um dia, fui à flor perfumada
De pétala macia e formosa
Um dia, fui o Sol de beleza irradiada
De raios brilhantes de luz poderosa
Hoje sou a semente que morre
A folha seca que cai
O fruto maduro que apodrece
A flor que murcha
O Sol que se esconde
O ser que morre pra poder viver.
Rildége Acioli