A CURA

Fui toda vida um amante exaltado,

Toda mulher para mim era tonificante,

Apalpar os seios, cutucar uma anca trepidante,

Me deixava fogoso, parecia um tarado.

Tempos depois apagou-se o fogo danado,

Surgindo então angústia nesse instante,

Não mais parecia garanhão penetrante,

Somente lembranças daquele bom passado.

Procurei então alguns bons emissários,

Para que indicassem remédios extraordinários,

Sequer qualquer deles me deram esperança!

De voltar algum dia novamente a ser criança.

Eis então apareceu compridos incríveis,

Dosagens certeiras de grande condão,

Causando no ser arrepios incríveis,

Fazendo velhinhos morrerem de tesão.

Endireitando de vez o que estava errado,

Fazendo endurecer aquela grande moleza,

Acabando assim a tristeza do danado,

Voltando de novo o prazer e a beleza.

Eis então que chegou a cura,

Viagra, cialis, ulprima ou amendoim,

Que alegria então, que beleza pura,

Salvaram-se os machos, só alegria enfim.