O Reino das Lembranças Esvoaçantes
O Reino das Lembranças Esvoaçantes
Não sei o que acontecerá! Não vejo o
Passado-disse a mãe.
As memórias voavam pela janela da sala, e iam acordar o vizinho.
Mas na cabeça dela, não estavam mais.
E por onde andou, Christopher, que não me ouviu
Bater na porta pra trazer o novo mundo?
Pra onde mirava esse olhar perdido, pobre pescador?
Que mal lhe fiz, para que não me enxergasse mais?
Dizia-lhe o coração.
Perdeu no andar do tempo, tudo o que levou
Consigo a vida toda.
Repetia-lhe a mãe: Que inveja desse olhar trigueiro,
Que vive nas ruas, sozinho a vagar
Que vontade de ser um menino, olhar as estrelas, viver a sonhar!
A mãe, era a consciência.
Ele, era o tempo.
Perdeu ou encontrou uma alma que jazia no chão.
Sozinha, largada, suja...
Lembranças voavam da janela vizinha...
Acordavam o jovem,que queria voltar,
Aquele jovem que vivia a sonhar.