PERTURBAÇÕES ENTRE O REAL E AS FANTASIAS

Não entendo estes sonhos que me invadem durante as madrugadas

E tento a todo custo escapar de suas mãos

Deste terrível pesadelo que há anos me perturba

Sinto-me enclausurada e sem defesa

Procurando o próprio abrigo.

E durante muito tempo não conseguia sustentar meus medos

Entender entre sonhos, frustrações, fantasia.

Mas, esta noite foi diferente,

Em meu sonho eu consegui lutar

Consegui gritar, debater

Até palavrões saíram da minha boca.

Tudo parecia tão real

Que ao despertar

Senti que você tapava minha boca

E quanto mais você tentava me calar

Mais eu sentia vontade de gritar

Eram gritos ensurdecedores

Que ao despertar

Eu quase conseguia de fato ouvir minha voz.

Meu Deus! Não entendo

Porque esse sonho tanto me perturba

Porque arruína minha alma

Minha infância tão inocente

Que afligiu a tão sonhada calma.

E entre sonhos e fantasias

Vou tentando encontrar

A menina que ficou no tempo

Aquela inocência

Perdeu-se naquele momento

E eu não consegui gritar

Eu não consegui falar.

Você não tem noção do mal que me causou

Da intolerância ignorante que me tornou

E eu te amava

E eu te admirava

Mas por fim

Você levou-me às lágrimas e a dor

Você conseguiu ensurdecer minha alma

E eu era pura

Cresci sentindo-me culpada

Será que tive culpa

Será que serei perdoada?

Não consigo encontrar respostas

Para esta minha alma perturbada

Que não acredita no amor

Que não acredita na vida

Que junta sentimentos de melancolia

Para que a nostalgia

Seja sempre sua aliada.

E eu escrevo para aliviar

E eu escrevo para não somatizar

E eu escrevo para não morrer

Para não me suicidar

Porque tamanha é a minha dor

Tamanha é minha desventura.

Pois ao longo dessa caminhada

Sofri rejeições, fui enganada

E não entendo estes motivos

Que me encaminham para a solidão

Que me encaminham para a emoção

Quero um caminhar tranquilo

Quero dar vida a minha vida

Cansei de ser judiada

Pelos anos afora desta jornada.

Cansei de acreditar

Em falsos amores

Em falsos tremores

Em falsas melancolias

Em falsas promessas de amor.

Meu Deus! Me é impossível amar

Me é impossível a felicidade?

Me é impossível a dignidade

Dos sonhos

Da magia

Da poesia.

Porque hoje sinto-me suja

A alma

O ventre

A calma

Sinto-me traída

Por próprios sonhos

Pela vida

Pelos próprios desejos escondidos

Que só tendem a me enojar

Sinto nojo da minha própria alma

Sinto angústia ao me olhar no espelho

Sinto ansiedade a todo momento.

Será que há cura

Procuro por esta cura

Por uma alma segura.

Preciso de um abraço

Um porto seguro

Alguém que compreenda meu mundo.

Preciso enfrentar meus anseios

Meus próprios medos

Preciso definitivamente ser feliz

Sentir-me humana.

Preciso sentir-me protegida

Anseio por um carinho sincero

Sem segundas e terceiras intenções

Busco por uma vida de calmaria

Sem profundas decepções.

E entre essa realidade e fantasia

Vou tentando encontrar sentido

Dar sentindo a minha essência

A minha existência

Para não morrer na minha loucura

Para não cometer suicídio

Para continuar lúcida

E por fim acreditar

Na sintonia de amar

Na paz que excede todo entendimento

E compreender que as dores ficaram no passado.

Eu preciso internalizar

Tudo isso em minha alma

E não mais somatizar

Essa dor que tanto dilacera meu ser

E não me permite a calma

E a angústia em meu viver.

E, sei que nessa busca real

Com a ajuda da terapia

Descobrirei os percalços desta agonia

E a vida voltará a sorrir para mim

Numa intensa sintonia

Numa paz sem fim.

E então,

Me sentirei amada

Querida

Feliz

E será sanada minha loucura.

Aliada Solidão
Enviado por Aliada Solidão em 21/04/2016
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