Nas entranhas da poesia...
Olhem vós, tudo que dela sai
Suspiros, sensações, ais
O poeta chora ao escrever
Porém, antes de expô-la, reler
A poesia é vingativa
É uma deusa, uma diva
Se retorce como no sexo
Busca a essência sem nexo
A obra dele tem paz e lhe acalma
Rimas saem pelos poros e pela alma
A madrugada, enfim, vem lhe consolar
Pelo amor perdido ou por um novo amar
Não há mais nada a fazer, se não amar
Essa louca desvairada e por ela se apaixonar
Está em cima de um pedestal de ouro
Te olha firme, séria, um quase agouro
A poesia tem sangue fervente e ele jorra
Sua vez de vingar-se do poeta, da desforra
A mão do poeta sangra e machuca
A poesia não é certa, é uma maluca
Suas rimas são seus desejos loucos
Que vão nos tomando aos poucos
Deixando-nos insanos e dilacerados
Mas por ela eternos apaixonados