Ansiedade e conflito

Senti meu corpo

Com vontade de desligar-se

A cada fechar de olhos mais profundo... o medo

Um medo dominante

Assim como um pós-trauma que adormece perigosamente

Rezar, perigoso, meus olhos acordam assutados

Depois de um pestanejar profundo

Um segundo interminável

O que quer, meu Deus?

Que eu apague?

Que durma e sonhe?

Tenho medo.

Só as palavras me mantêm alerta

Uma carta pra minha terapeuta

Que me abandonara no meio do caminho

Uma longa carta, como continuidade de terapia

Acordei enfim

Pra ouvir o bêbado que canta feliz

Empurrando seu carrinho de compras vazio

E barulhento

Será que ele tem estresse?

Por um segundo quero trocar papéis...

E andar sem rumo pela estrada movimentada

Duma noite de sábado sem passos de Travolta

Sinto o corpo sem sangue

Como artérias de estradas vazias sem respirar

Sinto medo. mas só há uma maneira: seguir em frente

Enquanto tudo ou nada acontece

Pra me livrar da ansiedade que me persegue

E não dá bola pra conselhos

Mesmo os mais racionais e sinceros

Que saem da boca dos amigos

Que têm lá também suas dores quase incuráveis

Que venha uma curva abençoada

Depois de toda essa sinuosidade traumatizante!

Luciano Villalba Neto
Enviado por Luciano Villalba Neto em 27/01/2024
Código do texto: T7986311
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