Fria Cantiga

Fria Cantiga.

O céu nublou-se espantado

E a lua minguante, sumiu!

A noite fria cantou

Uma cantiga e ninou

O dia, quem enfim, dormiu!

A noite embravecida

Espantava passarinhos

Que buscavam altos galhos

O aconchego dos ninhos

E a fina bruma deitava

Sobre a relva verde, macia

A luz que da lua escapava

Se nos troncos velhos batia

Um monstro de sombra assombrava

O cão, que ao longe latia...

Um vaga-lume vagueia

Piscando na escuridão

E colhe na luz que semeia

O prazer de um breve clarão

E a vida, que aqui, passa alheia

Por entre versos passeia

Abençoando a inspiração.

Marisa Rosa Cabral.

04/12/2017.