RESSURREIÇÃO

RESSURREIÇÃO

Na minha visão de matuto

Que não sei se é certa ou torta

Vejo ressurreição nas verduras

E nos legumes da horta

Na borboleta que voa

Que um dia já foi lagarta

E na fruta saborosa

Que nasceu de uma flor morta

Na nuvem que já foi água

E que será chuva farta

No corpo que será pó

Na árvore que será porta

No mar que antes foi rio

No papel que será carta

No aço que já foi ferro

E hoje é a faca que corta

No passado que foi futuro

No presente, passagem curta

Na alma que já foi homem

No éter que hoje a transporta

No diamante que foi carvão

Na escultura, pedra hirta

No adulto que já foi feto

O ressurgir é que importa

No sorriso que foi espera

No saber que a dor desperta

E na poesia que nasce

Da lágrima que na face aporta

No santo que foi pecador

No milagre que à fé exorta

Vejo ressurreição no amor

Que redime e que conforta!

Leopoldina, MG, 13 de agosto de 2006.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 24/01/2007
Código do texto: T357176