As flores que plantei
Da terra seca sem cor
Não tinha nada, apenas amor!
E lá fui eu, plantando o que possuía.
Não era muito, mas tinha o calor.
De toda minha energia
Fé eu depositava
Mesmo sem saber
Se a terra era infértil
Ou se tudo germinava
O que importava eram as sementes
Que eu plantava.
Da terra, Deus cuidava.
Então todos começaram a semear
Brotavam plantas venenosas
Plantas com espinhos
A terra era de todos
Cada um tinha seu cantinho.
Por um momento me perguntei:
“Que terra é esta, na qual se diz de amor?”
_ Que solo putrificado,
Sinto até cheiro de odor!
Mesmo assim, amante das flores,
Joguei minhas sementes.
E continuei o meu caminho
Continuei jogando sem olhar ao meu redor
O que havia nascido, pois era amador.
Então eis que veio o senhor:
“_ Filho, tuas flores foram um auxílio,
De tão coloridas, expulsou toda a escuridão.
A terra apenas produzia
O que cada um tinha em seu coração
Todo pedaço de terra,
Era o mesmo para qualquer direção.
Às pessoas culpam o solo, o tempo,
Mas não se importavam com a plantação
Eu apenas reguei o que elas almejaram.
E alguns, ao observarem tua germinação.
Viram que o problema era com elas.
É raro às pessoas olharem para as plantações vizinhas e apenas cobiçar, enquanto não se esforçam nem almejam cuidar de sua própria plantação.
Mais raro ainda é tirar uma lição dos que fazem certo. Muito olham, mas não veem, se o jardim é o mesmo, porque o um lado nada cresce, ou cresce apenas mato enquanto que o do outro a visão é de um colorido em imensidão?