Migalhas

Migalhas

Aos cães que te dão amor,

as migalhas do que tu comes,

Indiferente aquele clamor no olhar

daquela súplica inocente

Te fartas de mundanos banquetes

Despreza o amigo presente

E então quando chegas

Tu cospes, tu chutas, bravejas

Tu negas o afago

Dêstarte, ao te vêr Chegar

Faz festa, abana o rabo

saltando em teus braços

Não tendes maior amigo

que este anjo de pelos,

que sofre ao te ver calado,

que morre por ti em segredo

Dispensa um só momento,

Tao logo eles partem,

de a eles o devido aconchego,

o devido valor

e nao somente as migalhas

do teu alimento e do teu amor,

os sobejos.

Faustino Poeta

29/11/2022 - quarta-feira - 20:56

Carlos Marcos Faustino(Faustino Poeta)
Enviado por Carlos Marcos Faustino(Faustino Poeta) em 03/12/2022
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