Ode a uma psicologia sombria

Ah! Quanta descrença

meu velho guerreiro!

Fuga? Agora? Não!

Não é o momento.

É quando mais se sofre,

que junto aos amigos

se deve permanecer.

Mesmo calado, mesmo oco,

cansado, derrotado.

Não é no fundo do poço que se

encontra abrigo, lá entre vermes,

mas sim, no fim do túnel

onde se vislumbra a luz!

Não entre em você mesmo,

pois irá se perder.

Lá dentro, nós enfraquecemos

somos presos, reféns de nossos eus.

É armadilha, saia daí correndo

volte à vida, à luta, à guerra.

Muito menos engula ondas.

Veja, amigo, acredite: são pesadelos!

Chore, homem, chore, grite, urre,

mas não se jogue assim ao nada!

Jamais se esqueça daqueles

que de ti necessitam, e vivem.

Pessoas para as quais teu exemplo

é sinônimo de coragem,

dos mais fracos, mais pobres

mais atormentados!

Abane a bandeira branca

pra vida que te declarou guerra!