Da janela em si imaginária

Diviso a ilha, silhueta e sonho

Onde os homens deixaram há tempos

Sua desejada humanidade...

 

O que restou são formulas

Equações de compromisso

Mentiras bem desenhadas

Tudo tristemente imaginário

Tal qual a janela em que não estou

Porque já não mais estou por ora.

 

Agora

Os padres da fé fazem seu Carnaval

E a nós restou a tarefa

Em tudo e por tudo imaginária

De separar o justo do que é mal.

 

Tanta imaginação, inconsistência

Fez medrar as velhas ideologias

E não nos restou uma para viver...

 

A poesia quedou exausta

Os poetas silenciados...

Da janela vejo a ilha afundar

A ilha também imaginária

A negação de todo e qualquer lugar.

 

Crédito da imagem: https://myloview.com.br/poster-janela-aberta-de-vista-para-o-mar-no-89DF5D6