ETERNA PRIMAVERA
No desenhar da primavera
O orvalho da manhã
Beija-me com a delicadeza
De um colibri
Uma lembrança longínqua
Dilacera-me a lama
É a presença da tua ausência
A solidão persegue
O vazio cresce
Meus pensamentos vagam soltos...
O quarto é frio
e nada mais importa
A porta silencia uma mudez indiferente
Os olhos esperam o nada
Na vaguidão do quarto
lembranças apenas conversam
sem dizer palavras
A noite se fechou em mim!
(Retirado da obra "Literatura Forte nº3 - Coletânea de textos em verso e prosa" - Rio de Janeiro: Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana. 2008)