ETERNA PRIMAVERA

 

 

No desenhar da primavera

O orvalho da manhã

Beija-me com a delicadeza

De um colibri

 

Uma lembrança longínqua

Dilacera-me a lama

É a presença da tua ausência

 

A solidão persegue

O vazio cresce

Meus pensamentos vagam soltos...

O quarto é frio

e nada mais importa

 

A porta silencia uma mudez indiferente

Os olhos esperam o nada

Na vaguidão do quarto

lembranças apenas conversam

sem dizer palavras

A noite se fechou em mim!

 

 

    (Retirado da obra "Literatura Forte nº3 - Coletânea de textos em verso e prosa" - Rio de Janeiro: Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana. 2008)

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 18/11/2008
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