Olhando a Rua

Cinza o céu, fechado o tempo.

Não pode haver do tédio

mais expressivo exemplo

nem tampouco melhor definição

daquilo que não tem remédio

e aperta, pouco a pouco, o coração

de quem pretende um dia ser poeta

mas ainda não passa de aprendiz

porque, mesmo diante da procela,

ainda tem a ilusão de ser feliz

e olhando a rua solitária e fria

que o vento ainda torna mais vazia

imagina que vê musas na janela.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 16/06/2010
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