Noite de solidão desejável

Toma-me, ó noite de solidão desejável,

Deita-me em teu solo sagrado

Leva-me onde posso ouvir os teus passos

Desaninhe de mim os meus ascos.

Deixe os lamentos do dia passado

Desprender-se do meu corpo cansado

Ó noite de solidão desejável

De suas horas sinto-me furtado

Pois a claridade já rompe os prados.

Há ainda na sarjeta sonhos empilhado

E minhas dores ainda precisam de emplastro

Ó noite de solidão desejável

Dure mais um pouco

Deixe-me recolher os meus cacos.

Enide Santos 05/02/15

Enide Santos (meu toque)
Enviado por Enide Santos (meu toque) em 05/02/2015
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