POESIA REALISTA ROMÂNTICA CONCRETISTA

POESIA REALISTA ROMÂNTICA CONCRETISTA

Simultâneamente

Pode em sua percepção

Ser o poeta

Realista romântico concretista?

Estar ébrio e ávido sem estar bêbado?

Ser mágico e clássico embora quântico?

Ser rústico ou áulico sem ser ímpio?

Ouvir cânticos, beber dos cálices sem ser cínico?

Sim, ser cálido e tácito sem ser cômico

Gozar das dádivas sem dúvida ou dívida

E não ver no júbilo fálico apenas o físico

Não estar bélico, ser ético e épico

Não gostar do hálito gélido do óbito

Ter por hábito, o método e o máximo

Não o mórbido, o típico ou o símbolo

Ter ótica prática e límpida

Amar a lágrima, a música e a réplica

Fugir do débito, da cólera e do mérito

E desejar o líquido, o fúlgido e o ápice

Compreender o náufrago, o tímido e o trôpego

E não ser vítima, nem ácido e nem último

No púlpito, ser príncipe e público

Não um rábula pérfido e ríspido

Ser lúcido, lídimo e sólido

Não sádico, técnico e mínimo

Ao assumir de súbito, uma tônica ou outra tática,

É preciso ser único, vívido e lépido

Ter crédito, ser híbrido e plácido

E assim, não néscio, não kármico e nem céptico

Ser lúdico, lírico e cândido

Porque se o universo é lógico

As mulheres e a vida são cúmplices

Do amor, que é pródigo!

Leopoldina, MG, 11 de julho de 2001.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 05/01/2007
Código do texto: T337144