POVO INDÍGENA, POVO FORTE!

Poema inspirado no pensamento de Amanda Santos Soares

Ao professor da UFPB, Eduardo Fernandes.

O modelo de Estado

O normativo sistema

Que a Europa disseminou

Traumático estratagema

Contra os colonizados

Pois os povos conquistados

Deviam mudar de lema

Nas Grandes Navegações

A expansão europeia

Submeteu novas terras

Pretextando a panaceia

Mas quando da invasão

Da cultura a supressão

Era essa a ideia

Havia estabelecido

Do mundo uma divisão

Entre as nações da época

E no Estado-nação

A cultura diferente

Sofria exclusão premente

Vigorava a sujeição

A postura assumida

Pelos europeus, então,

Perante os povos indígenas

Foi de assimilação

Em sua grande maioria

Quem não se submetia

Sofria exterminação

Em 1492

Na América Latina

88 milhões

15 décadas depois

De miserável chacina

De milhões só 3,5

Continuando sem freio

A infeliz carabina

De 25 milhões

Lá no México Central

Para um milhão de habitantes

Que artimanha infernal

P’ra culturas exaurir

Para povos destruir

O preconceito letal

Soares apud Rouland (2004)

Que nos Estados Unidos

De 4 milhões de indígenas

No séc’lo dos desvalidos (XVI)

Caiu p’ra 200 mil

Da política hostil

Foi esse o acontecido

O direito europeu

Preponderou na invasão

Para o elemento branco

Seria a “salvação”

Daquele povo “selvagem”

Assim, vendeu-se a imagem

D’uma divina missão

Criou-se até um debate

Sobre a humanidade

Da população nativa.

Massacre, atrocidade...

Para tentar combater

O Papa mandou fazer

O Breve, p’ra validade (28/05/1537)

A civilização cristã

Seria a racional

As demais seriam “bárbaras”

Era a compreensão formal

Indígenas subjugar

Para ao progresso levar

Era a ação ideal

Na América Latina

O processo de conversão

À cultura não-indígena

Dar-se-ia a assimilação

Curso “civilizatório”

O ato contraditório

P’ra efetivar sujeição

O instituto da tutela

Submete ao Estado

Uma cultura distinta

E o povo tutelado

Estaria protegido?

Somente submetido

E inferiorizado

Não obstante o massacre

Que o povo indígena sofreu

Esta gente corajosa

Lutou e sobreviveu

E pela autonomia

Luta de noite e de dia

O ânimo nunca perdeu

Por isso, viva Amanda,

Viva o grande Capitão

Embaixador Potiguara (no Brasil)

Da Baia Traição

Viva o nosso professor (Eduardo Fernandes)

Por ser mobilizador

De real transformação