O último passo do destino

A terra que cobrirá meu corpo

Esta me chamando.

Espreitando-me sem cessar

Os vermes já me rondam

Como que se, minha sorte pudessem tirar

Diante disso, vou traficando dias

Vomitando de mim agonias

Cessarei assim desinibida de mim

Derramando palavras em sulcos

Adiando com versos o meu fim

A fase final das horas sorri olhando-me

Aproximam-se o cessar

Distanciam-se os sons dos meus suspiros

Não há gestação de dias

A fome do fogo da vida, saciada, chora

Murcha como flor, sem culpa

Completo minha caminhada

Deixando-me ainda aqui.

Enide Santos 18/12/15

Enide Santos (meu toque)
Enviado por Enide Santos (meu toque) em 18/12/2015
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