AINDA NÃO

AINDA NÃO

Ando pela madrugada

Nas ruas maltratadas, centenárias...

Absorto

Piso no luar refletido

Nas pedras claras, geométricas

Solto

Vago pela história

Nas memórias acatadas, esquecidas

Tonto

Falo com alguém

Nas esquinas tortas, silenciosas

Puto

Jogo minha crítica

Nas construções verticais, absurdas

Lento

Volto à minha casa

Nas aléias de oitis, únicas

Quieto

Entendo a nostalgia do poeta

Sinto-me então feliz

Por estar assim

Nos balanços de minha rede

E Leopoldina (ainda)

Não ser para mim

Apenas um retrato na parede!

Leopoldina, MG, 05 de fevereiro de 2001.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 17/02/2007
Código do texto: T384537