ALVORECER
ALVORECER LEOPOLDINENSE
Caminho pela madrugada invernal...
Viro a esquina e me deparo
Com o dia clareando, fenomenal
Por trás dos morros do Desengano.
De repente, ando sobre algo macio...
Olho e me vejo pisando sobre um tapete
Formado pelas pétalas amarelas
Das flores de um Ipê (Grupo Novo).
Inebrio-me e me emociono.
É um privilégio...
Levanto os olhos e vejo a rua (da Grama)
Não há carros, não há gente, está nua
Como um rio de paralelepípedos
Com suas margens
Pelos oitis geometricamente podados
Marcadas pelos dois lados.
Vista aqui do alto, é uma bela paisagem...
Aí, surgem magníficos
Os primeiros raios de sol
Doirando as cores do inverno.
E a cidade, tranqüila, desperta.
É...
Assim, mesmo sem querer
Qualquer um pode ser poeta!
Leopoldina, MG.