TALVEZ AQUELA ESQUINA

Passou por mim...

Mas não veio ter comigo,

Seu olhar desviou-se ao jardim,

Desprendido igual andorinha partindo pra outro sonho.

Seus passos eram compassados,

Seus cabelos lindos e corridos,

Cruzou a pequena esquina,

Com um olhar sereno de quem iria partir.

Quem será esta que fizeste a janela da poesia se abrir?

De um poeta que acredita que sonhos são pipas voando nas linhas,

Quando meninos olham para elas e parecem dominar a cor do céu,

Talvez aquela esquina esquecida um dia de outono me mostre ela.

Talvez esse dia ela terá algumas primaveras de saudade,

De um poeta que adormeceu quando caiu todas folhas do outono,

Será que o amor dela irá acorda-lo?

Será que desta vez ela vem ter com ele?

Será...

Será que ele visitará a praça dos olhos dela,

Será que ele conhecerá os verdes olhos das primaveras que passarão,

E será que o olhar castanho do poeta retornará aquela rua,

Onde o jardim é verde e o olhar dela é a ternura das flores,

Será?