@@ escapam os versos @@


hoje sinto os versos escaparem
deixando elipses em emaranhadas palavras
que nada passam, que nada dizem
talvez uma rara vertigem...

vertigem de nebulosas lembranças
de palavras que não se soltam
por subjetividades e sem esperanças
e que em mim se esgotam...

por procurarem íngremes caminhos
pelo prazer do estar sozinho
quando o caminho mais natural
deveria ser o doar-se em carinhos...

a mente pode ser  ruína
se devaneios não controlas
engole-te sedenta e ferina
e deixa-te óbolo de amor sem trovas

migalhas do que poderia ser pleno
barulho interferindo a escuta
palavras cruzadas, sem tento
amando de forma bruta

prendo pois em punho os versos
declarando em simples palavras
trazendo à tona o submerso
que o amor precisa de uma estada