DIFICIL MOMENTO
DIFICIL MOMENTO
Um de nos dois vai ter que ter paciencia
e esperar que o outro esteja preparado;
pra que esse grito de "independencia"
nao faca tanto estrago; ha de se ter cuidado.
Um de nos dois vai ter que ser tolerante
e esperar o momento certo para o abate
do guerreiro, caido de modo humilhante:
rastejando o orgulho de perder o combate.
Um de nos dois vai ter que ser corajoso
e resistir aos apelos: firme e incomplacente.
Que nao se atreva lembrar o passado ditoso
e nem recorde a agonia do tempo presente.
Um de nos dois vai chorar desesperadamente
E o outro junto chorara: um solidario momento.
Vai haver alguns minutos de silencio e gentilmente
vamos nos dar as maos e partilhar o sofrimento.
Um de nos dois vai pedir desculpas na saida
e pelas faltas cometidas o outro pedira perdao;
e ambos, falando juntos, culparemos a vida,
na fuga de assumir as falhas. Injusta acusacao!
Um de nos dois vai dar o primeiro passo
em direcao a felicidade que ve la fora.
Vai despedir-se com um forte abraco
e vai deprimir-se quando for embora.
Um de nos dois se vai e o outro fica
lamentando, criticando, acusando e, de repente
sem nenhuma lucidez, quem ficou se prontifica:
regar a planta do amor depois de morta a semente
E de uma forma bem pessoal e particular
o tempo sera a palavra comum, aquela que ressalta
a certeza de quem foi: "o tempo vai curar"
e a ilusao de quem fica: "vai sentir a minha falta"
Rosa Maria Dias (Jotapati)