DIFICIL MOMENTO

DIFICIL MOMENTO

Um de nos dois vai ter que ter paciencia

e esperar que o outro esteja preparado;

pra que esse grito de "independencia"

nao faca tanto estrago; ha de se ter cuidado.

Um de nos dois vai ter que ser tolerante

e esperar o momento certo para o abate

do guerreiro, caido de modo humilhante:

rastejando o orgulho de perder o combate.

Um de nos dois vai ter que ser corajoso

e resistir aos apelos: firme e incomplacente.

Que nao se atreva lembrar o passado ditoso

e nem recorde a agonia do tempo presente.

Um de nos dois vai chorar desesperadamente

E o outro junto chorara: um solidario momento.

Vai haver alguns minutos de silencio e gentilmente

vamos nos dar as maos e partilhar o sofrimento.

Um de nos dois vai pedir desculpas na saida

e pelas faltas cometidas o outro pedira perdao;

e ambos, falando juntos, culparemos a vida,

na fuga de assumir as falhas. Injusta acusacao!

Um de nos dois vai dar o primeiro passo

em direcao a felicidade que ve la fora.

Vai despedir-se com um forte abraco

e vai deprimir-se quando for embora.

Um de nos dois se vai e o outro fica

lamentando, criticando, acusando e, de repente

sem nenhuma lucidez, quem ficou se prontifica:

regar a planta do amor depois de morta a semente

E de uma forma bem pessoal e particular

o tempo sera a palavra comum, aquela que ressalta

a certeza de quem foi: "o tempo vai curar"

e a ilusao de quem fica: "vai sentir a minha falta"

Rosa Maria Dias (Jotapati)

jotapati
Enviado por jotapati em 02/02/2006
Código do texto: T107079