@@ fingidora poesia @@


e por não precisar o que me perturba
marco  na testa uma dúvida-ruga
que não dispersando-se no terraço
carrego-a cansada para meu quarto

insiste ela em sorrir do meu cansaço
perturbando meu silêncio num dito pacto
que solenemente tento não ouvir
mas que na fronte traduz-se pelo sentir

embalando-a, tento dela desvencilhar-me
no que ela insiste no pacto covarde
destrona meu sono num pensamento que seduz
até que vencida, acendo a luz

ansiando por um desterro, escrevo
disso ao menos não tenho medo
e quando leio o que escrevi
sinto que nada de tudo não entendi

e na dor de ler o escrito
tudo é suave e mais bonito
e nesta fingidora poesia
termino a noite do meu dia