Showesia- Poema vivo

Queda-se o corpo neste poema

Uma entrega, entrega-se toda

com um desígnio imenso da semente no núcleo da flor

despindo os versos um a um no centro deste poema

E onde o som nasce, cresce uma palavra devorando lentamente

as metáforas num gesto iniciado de luz e vida

Existe um tortuoso labirinto por entre as sílabas cheio de lustre

por onde brotam os rios e os lábios no mesmo momento de partida

Mas ama-las bem depressa, bem devagarinho deve ser o caminho

E a pontuação se eleva na subtileza dos versos,

da métrica, da rima no âmago do silêncio

E há um desejo insano de desfigurar a branca página,

Com cor do olhar que percorre intenso para o outro lado do espelho

onde o mundo acontece sua estrela bailante

E dentro das palavras há melodia,

dependurando-se sobre as arestas do verso

e dançando os murmúrios constantes do voo das aves

E o poema ganha rosto:

uma arvore cheia de cabelos ao vento como teias da aranha,

onde nos pés das raízes habitam os sarcófagos diversos no húmus da loucura

E onde as mãos de asas são janelas,

por onde as pupilas escancaram o mundo entre os dedos.

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Tânia Tomé
Enviado por Tânia Tomé em 26/06/2009
Reeditado em 09/07/2009
Código do texto: T1668000
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