AMOR EM DÓ MAIOR!

Clave de Dó...

Silêncio em meu tímpano! Concentram-se o cerebelo e a aorta prostada de encantos. Lá vem ela! Surge o vento, embolam-se folhas marrons caídas de uma amendoeira anciã juntamente com outras oriundas de um cético cajueiro; árvores mães que a toda cena, do altar de suas copas, assistem, aprovam e gotejam esperanças no peito criança de um menino seduzido pela poesia-deusa que revoa, xispa e uiva no ar.

Ei-la de volta...EIIIA, deusa do vento! Eis que a deusa em vocalize atinge a veia do meio desse cativo peito fã; um imã atraindo desejo por sobre as colinas, as alamedas, tanto mar... por sobre cordilheiras provocando, subindo arfante um “morro calvo” de vegetação, amarelo carambola, desviando-se de Barreiras de Infernos que jamais enfeiam esse sorriso índio, lindo, doce, santo, rimado e poeta.

Ei-la, deusa sonata em Dó Maior...EIIIA, deusa do vento! Ei-la sonata para clarinetes, ataques de clarins, rufares dobrados por coro de vozes de lavadeiras em uníssino e um acordeon sertanejo choroso.

Sonata cabocla, como és linda, como és lida para o ócio da minha solidão, novo arco-iris és tida em meu coração, como és bem recebida pela doce flora, pelas amoras, pelas flores e pelos cajueiros velhos da minha alma alva, ébana, de um fã-amor cristão.

Pssss... Se aquiete, mundo! E ouça o despertar dela...Sonata em Dó Maior!

Tony Guedes

Tony Guedes
Enviado por Tony Guedes em 11/08/2006
Código do texto: T213944