Entre Vitrais e Feiticos
Pare de tecer vitrais com essas lagrimas pesadas
Que preenchem e amargam esse teu mar de enxofre.
Pare de buscar na bruma cálida um feitiço qualquer
Que evite o silencio das verdades faladas,
Que minta ao seu ouvido e não te diga que e podre
Esta tua mascara que de pecados foi cravejada.
Não use justificativas que tanto ensaiou para si mesmo
Para consolar, despistar ou cultivar os seus insanos fantasmas
Que brotaram, com erva - daninha fertilizada com esterco,
Dessa tua alma que com o seu egoísmo foi praguejada.
Deixa de lado a imensidão nula que te desce a garganta
Sem uma gota se quer do resquício verdadeiro de amor
Que um dia te chamou de “meu Orfeu”,
Quando você sabe que das palavras daquela boca,
A qual você tanto insiste em nomear teu deus
Fora que nascera este teu triste e solido ardor.