Entre Vitrais e Feiticos

Pare de tecer vitrais com essas lagrimas pesadas

Que preenchem e amargam esse teu mar de enxofre.

Pare de buscar na bruma cálida um feitiço qualquer

Que evite o silencio das verdades faladas,

Que minta ao seu ouvido e não te diga que e podre

Esta tua mascara que de pecados foi cravejada.

Não use justificativas que tanto ensaiou para si mesmo

Para consolar, despistar ou cultivar os seus insanos fantasmas

Que brotaram, com erva - daninha fertilizada com esterco,

Dessa tua alma que com o seu egoísmo foi praguejada.

Deixa de lado a imensidão nula que te desce a garganta

Sem uma gota se quer do resquício verdadeiro de amor

Que um dia te chamou de “meu Orfeu”,

Quando você sabe que das palavras daquela boca,

A qual você tanto insiste em nomear teu deus

Fora que nascera este teu triste e solido ardor.

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 05/08/2010
Código do texto: T2419560
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