Diante de ti

De repente alguém surge, e eu que não observava, estarreci.

Seria ti, o alguém que estava sempre ali?

Em meio as mesmas tristeza e angústias,

Em meio aos desejos e súplicas,

De uma vida mais feliz e justa?

Alguém que se sentia na mesma vida injusta?

Meus poemas foram tão solitários,

E me deparei com os mesmos de ti.

Ambos sem rumo, desnorteados,

Buscando a essência de um sorrir.

Tu passou pelas mesmas linhas que eu, poeta meu.

Tu escreveu o que eu li em meus cadernos.

Mas na estrada da vida, tu passou primeiro que eu,

E quando cheguei, para compartilhar minhas linhas

Suas linhas completas estavam, e não era no meu.

As palavras sozinhas de ambos se juntaram,

Despertou algo em mim.

O mesmo aconteceu a ti?

Ou Foi apenas um acordar apenas de um lado?

Talvez a vida não deva ser assim. Talvez ela seja.

Apenas ela é justa para aquele que amou primeiro,

E para aquele que ama agora,

A Poeta do outro lado da linha

Talvez sua vez seja outrora.

O Poeta que completa suas linhas

Entrelaçado em outra, chora!

As mágoas da sua vida.

E as Alegrias do mundo afora.

A Poeta ficou sozinha,

Ao descobrir outras linhas, demora.

E encontra nele, sua vida preenchida.

Mas a dele em outra se enrosca.

Diante de ti vi o começo e o fim,

Diante de ti descobri o que procurei,

E tão breve encontrei o fim.

Não pude provar do que eu quis.

Soube o que era completar,

Quando o completar já estava completo.

E por outro e não eu.

Eu continuo apenas um deserto.

Rafaela Malon
Enviado por Rafaela Malon em 24/02/2011
Código do texto: T2812437
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