Diante de ti
De repente alguém surge, e eu que não observava, estarreci.
Seria ti, o alguém que estava sempre ali?
Em meio as mesmas tristeza e angústias,
Em meio aos desejos e súplicas,
De uma vida mais feliz e justa?
Alguém que se sentia na mesma vida injusta?
Meus poemas foram tão solitários,
E me deparei com os mesmos de ti.
Ambos sem rumo, desnorteados,
Buscando a essência de um sorrir.
Tu passou pelas mesmas linhas que eu, poeta meu.
Tu escreveu o que eu li em meus cadernos.
Mas na estrada da vida, tu passou primeiro que eu,
E quando cheguei, para compartilhar minhas linhas
Suas linhas completas estavam, e não era no meu.
As palavras sozinhas de ambos se juntaram,
Despertou algo em mim.
O mesmo aconteceu a ti?
Ou Foi apenas um acordar apenas de um lado?
Talvez a vida não deva ser assim. Talvez ela seja.
Apenas ela é justa para aquele que amou primeiro,
E para aquele que ama agora,
A Poeta do outro lado da linha
Talvez sua vez seja outrora.
O Poeta que completa suas linhas
Entrelaçado em outra, chora!
As mágoas da sua vida.
E as Alegrias do mundo afora.
A Poeta ficou sozinha,
Ao descobrir outras linhas, demora.
E encontra nele, sua vida preenchida.
Mas a dele em outra se enrosca.
Diante de ti vi o começo e o fim,
Diante de ti descobri o que procurei,
E tão breve encontrei o fim.
Não pude provar do que eu quis.
Soube o que era completar,
Quando o completar já estava completo.
E por outro e não eu.
Eu continuo apenas um deserto.