O tempo
O tempo passa, corre se arrasta,
leva consigo experiências e saberes,
constitui barreiras e deveres.
Edifica muralhas intransponíveis,
suplanta vontades e desejos inesquecíveis.
Transpassa gerações,
dialéticas são suas relações
[re]afirma a dicotomia entre os sonhos do jovem ávido
e a sabedoria do ancião estático.
O tempo passa e se arrasta,
é esquecido e lembrado
quase sempre corre de forma cruel
não respeita o amor mais fiel
leva embora qualquer legado
restando apenas a poeira que o vento desgasta.
Entre as máximas de Karl Marx e Platão
nem o mármore resiste a sua ação
pois, “tudo que é sólido se desmancha no ar”
então, qual a sua função?
Coisificar, controlar e naturalizar,
ou, então, simplesmente passar?
O tempo remonta o passado, controla o presente e molda o futuro
para o burguês representa a mais valia... o lucro
para quem espera é somente mais um passo no escuro
enquanto quem morre de saudades o vê como o remédio mais puro.
Criado ou não pelo homem,
é tudo que seus descendentes consomem,
representa a forma de controle mais eficaz que o capital pôde criar,
a fuga sagaz das dores que o passado outrora veio a entrincheirar!
independente de qualquer conotação, é algo que nunca irá parar!
Por: THIAGO DE ALCÂNTARA PEREIRA