O tempo

 

O tempo passa, corre se arrasta,

leva consigo experiências e saberes,

constitui barreiras e deveres.

Edifica muralhas intransponíveis,

suplanta vontades e desejos inesquecíveis.

 

Transpassa gerações,

dialéticas são suas relações

[re]afirma a dicotomia entre os sonhos do jovem ávido

e a sabedoria do ancião estático.

 

O tempo passa e se arrasta,

é esquecido e lembrado

quase sempre corre de forma cruel

não respeita o amor mais fiel

leva embora qualquer legado

restando apenas a poeira que o vento desgasta.

 

Entre as máximas de Karl Marx e Platão

nem o mármore resiste a sua ação

pois, “tudo que é sólido se desmancha no ar”

então, qual a sua função?

Coisificar, controlar e naturalizar,

ou, então, simplesmente passar?

 

O tempo remonta o passado, controla o presente e molda o futuro

para o burguês representa a mais valia... o lucro

para quem espera é somente mais um passo no escuro

enquanto quem morre de saudades o vê como o remédio mais puro.

 

Criado ou não pelo homem,

é tudo que seus descendentes consomem,

representa a forma de controle mais eficaz que o capital pôde criar,

a fuga sagaz das dores que o passado outrora veio a entrincheirar!

independente de qualquer conotação, é algo que nunca irá parar!

 

 

 

Por: THIAGO DE ALCÂNTARA PEREIRA

Thiago de Alcântara Pereira
Enviado por Lidia Albuquerque em 18/09/2011
Código do texto: T3227557
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.