Andarilho

Andarilho

Sou homem de pouco espaço

Tenho como companheira a vida

Abaixo do sol, chuva e tormentas

Sinto o chão umedecido em meus pés

E torrenciais sobre a cabeça

Carrego a graça em meu coração

A imagem de Nossa Senhora da Conceição

Nos braços a tralha dos pertences

Coisas meras, de pouca importância

Mas carrego junto a mim,

Pois são cacos de lembranças

Vagueando entre espaços

De tempos e distâncias

Uma viola de cordas e magias

Tocando e chamando a atenção

Para trovas de alegria

No calcanhar de minha vida

Rachado em agonia

Em poeiras levantadas!

Penetrando as sandálias

Perna esgueira, mas fortes sustentando este corpo

Pés carcomidos, andantes pelo mundo afora

De palavras e experiências

Já fiz mais do que imaginam

Na vida de andarilho esculachado

Atravessei o Brasil de lado a lado

Ludiro
Enviado por Ludiro em 22/12/2006
Código do texto: T324932
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