ENSAIO
ENSAIO
Mãos que desenham ondas no ar
Movimentos suaves e precisos
Deslocam-se para lá e para cá
E o olhar, estreito, fixo.
Desprende-se da superfície
E com leveza, estica, pula
Sua presença espalha magia
Retorna ao solo como uma pluma.
Torna a imitar sem repouso
Perde-se da realidade, no entanto
As horas passam como num sopro
E mesmo exausta, não perde o encanto.
Todo ensaio é um esboço
A platéia no espelho
Refletindo um único rosto
E ao findar, restou apenas o silêncio.
Sem aplausos, sem retorno.