Raízes

Tem tempo para se perder,

Das mesmices.

Tem tempo para se perder,

Das raízes.

Tem tempo para experimentar:

Uma sapatilha, um castanho dourado.

Tempo para escutar,

Música instrumental no teclado.

Tempo para guardar o all star,

E suar salto alto

Ler Jane Austen,

E deixar Dan Brown de lado.

Tempo para ir ao teatro,

Tempo para ir ao cinema,

Tempo para assistir seriados,

Tempo para viver um dilema.

Às raízes sempre estarão lá,

Se perder. Se encontrar

Pois quem não experimenta,

Fica sempre no mesmo lugar.

Mas como é bom resgatar

O velho all star do armário,

Ler terror, escutar rock bem alto.

Pintar o cabelo de preto e tirar o dourado.

Como é bom voltar às raízes,

Mas gosto do outro lado,

Prefiro achar que tenho vários cursos,

Que sou uma mutação, um esboço pintado.

Sou do avesso, sou do meu lado,

Sou tri, sou ‘quadri’,

Não uso tampão de cavalo

Prefiro ver as coisas de ângulos variados.

Minhas raízes

Crescem para todos os lados

Quebra o concreto

Atravessa o semáforo.

Minhas raízes adentram

Todos os espaços

O que definem quem eu sou

É o que eu faço.