"O Signo"

"...Em mill tons de pele ofusco sua visão, confundo seu pensamento.

Deixo gravada em sua mente aquilo que reflito em imagem.

Troco sutis palavras em meio tom quase que a sussurrar em seu ouvido, te deixando aflito sem saber quem sou.

Escondo minhas afiadas garras que feito navalhas cortam a sua pele, que mesmo distante neste instante se contrai.

Quem sabe o prazer que lhe atraí seja o sabor da busca, saber quem sou.

Aguço seus sentidos, estímulo suas gozosas vontades.

Cerca-me como um caçador e não percebes que és a presa.

Pois sou Mulher, Rainha, herdeira de toda beleza.

Meu interior não me permite ser cativa ou presa.

Sou predadora por natureza e os que não devoro deixo profundas marcas, nunca volto de mãos vazias de uma caçada.

E saboreio até o último pedaço.

As vezes sou calma como as águas tranqüilas de um lago, permitindo que descanse em meu regaço após o calor da busca. Onde a tremula carne ainda pulsa o prazer sentido.

As vezes sou mar revolto e te faço perder o rumo transformando-o em náufrago.

Madura Mulher com olhar doce de menina, que lhe confunde e inspira.

Sou a Eva, a Serpente.

A espada, o escudo.

A lança que te atravessa e a flecha que lhe atinge em cheio.

Sou terra, água e ar.

Sou brasa ardente, sempre.

Mesmo sob a neve .

Sou a lua e sou o sol.

Aquilo que não se pode ter facilmente, apenas sentir no corpo e levar no coração.

Sedutora, redentora, amante, emoção.

Sou o que nunca vais definir, apenas saber aquilo que eu permitir.

Tenho mil faces e ao mesmo tempo nenhuma.

Posso parecer com toda mas sou somente uma!

O que lhe incomoda é que tudo sou e tudo dou quando quero.

Não aceito comandos, dito meus próprios mandamentos.

Onde o maior deles é aquele que dita o Signo que sou.

Mulher !

Para o que der e vier..."

("O Signo", by Carlos Ventura)