A TOLICE DA VELHICE:
Dizem os mais bobos, meu filho, que a velhice,
É uma riqueza real. Ora! Se assim o fosse!
Pois que não querem os tais, envelhecer é fato.
E buscam com afinco, regar dia a dia a “Plebeia jovialidade”,
A velhice, meu filho, é uma grandíssima tolice,
Esta sim, nos serve de empecilhos... Se eu assim pudesse
Não ouviria dos mais moços a fantasia do querer crescer...
Não vês? Eu não queria tê-la ao me olhar ao espelho
Não vês? Filho meu, que deveria eu, castra-la,
Quando embaça-me os olhos a não ver tua cútis
Diminuindo-me o som de tua voz,
E deixando o som das canções, perecer fraco,
Não percebes dileto filho? Depois de velhos
Tornamo-nos invisíveis ante o olhar da juventude
Em sua hipocrisia de amar a terceira idade.
Destarte, veja, porém meu filho,
Tudo isso me faz lembrar-te,
Aproveita em tempo tua mocidade
Após, serão tempos nebulosos e sombrios,
Aonde os mais fortes dos homens se curva
Diante da velhice a segregar sua força.