Sertão

As copas das arvores quase verdes

O azul mergulhado no horizonte

Cor de cobre

As estrelas prateadas surgindo

Brotando aos poucos no céu

Nascendo pro sertão

Sertão do galo campina

Que silencia

Sertão das casinhas pequenas

Clareadas pelas lamparinas

Sertão dos vales semi-áridos

E do gado que adormece

Quieto na escuridão

Sertão que eu cruzo

Como uma bala

Uma flecha de prata

Mergulhando no breu da noite

Vendo o dia ir embora

Lentamente

E vendo as luzes da cidade

Cada vez mais distantes

Cada vez menos brilhantes

Até sumirem

Sumirem

No vazio sereno e dissonante

Do sertão do cariri

Do sertão fora

Tão fora do meu alcance...

E ao mesmo tempo

tão dentro

tão dentro de mim.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 06/12/2016
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