Prostrado aos pés deste silêncio
Ouço as dobradiças do tempo
Rangendo alta e indômita
Reverberando medo
Revelando segredos

Neste imensurável rio
Onde me encontro agora…
Margeio em busca de respostas

Embrenho-me sujo...
Nas entranhas da noite
Até alcançar a outra margem
Que és pra mim infinita 

No momento em que…
O calor duma luz esperada
Aquece meus olhos cansados
Minha alma cambaleia
Tanta luta, tanta peleja...

Ainda assim, sorriu feliz!
Apenas por que sei...
Que a qualquer momento
Os sinos choram;
Os olhos colhem cores de alegria
Ou a boca se embebeda 
Na taça da tristura...

É a vida que segue
Na palmiha do tempo
Vencendo os lençóis do vento
Mas poeticamente derrotada
Por esta inefável procura.




(SOMBRAS DO MEU VERBO : Fabio Ribeiro )