AVE AGOURENTA

Meia-Noite à hora em meu quarto insone!

Debruçado à lauda deste soneto espectro

Agourentas aves ao meu sonhar consome

Seria, o silêncio astuto de minha razão, é certo?

Por quê a mim tormento, ínfima criatura horrenda?

Sob um fito olhar de sarcástico deboche

Numa afirmativa: Sou no íntimo, vossa reprimenda!

Em um siso sentimento à aurora suplico à toda sorte.

Olho ao cume vejo como homem criatura intolerante!

Seu olhar esbugalhado penetra meu quimérico sonho

Como, simples aspirante, subornar tua consciência errante?

Em um ímpeto de autodefesa brado à criatura insana

Retraia-se, por favor, ilusória criatura! ...

Não vês, esta tua intolerância à humanidade emana?

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 27/09/2021
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