AUTOCRÍTICA

Às vezes, humanamente penso,

Que somos o que jamais

Poderíamos ser.

Nesta noite indolente, sem carinho,

Sem amor (...).

Num quarto como indigente

A companhia é o terror!

Rastros, ruídos, fantasmas.

Na escuridão da noite...

O arrastar de chinelos

Na sala ou no corredor,

São lampejos de ínfima lucidez

Na alma do pecador

Eu que sempre fui insolente, frio.

Calculista e fingidor.

Ao ocaso não sou nada

Ao vislumbrar as entranhas

Do que deveras sou.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 29/10/2021
Código do texto: T7374005
Classificação de conteúdo: seguro