FELICIDADE

- Apenas um cercadinho triangular, sabiás branquinhos e retilíneos.

De longe se avista dois altos coqueiros, três frondosos cajueiros e algumas poucas mangueiras bem carregadinhas. Seus pés de jerimum descem ladeira abaixo como se o riacho perene e seus barquinhos de gazeta a dançar...

Ao centro, bem no centrinho, entre a roseira e o mussambê, uma Singela casinha de sapê azul celestial. Tão azulzinha que chega a doer os olhos ao mirar. Os campos esverdeados que circundam pelas montanhas servem de adorno à vida campesina em dias de chuva e trovoada, em que o cãozinho rouxinol sob a figueira acuado, encolhe-se ao som dos trovões.

Os sonhos franzinos, campesinos, escorre com as fendas do corisco para os céus anunciar...

- Na madeira talhada veem-se os sonhos do lugar.

- Na beleza sútil da negra menina, sonho de tear.

- Que se finda nas sovinas madonas do Rodat.

A felicidade não tem, não convém! Existe para além.

Nicola Vital

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 17/12/2021
Reeditado em 17/12/2021
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