O MITO DO NATAL:

Nesta noite de natal

Eu saí por três vezes às ruas...

O que eu queria!?

Era apenas encontrar o precursor desta noite.

E em todas as casas que percorrí

As portas estavam fechadas, havia sim, um clima de festa

O som que se ouvia era festivo.

Mesas fartas, músicas comerciais, deleites e comemorações.

Em um ímpeto de curiosidade

Fixei meu olhar às frestas daquelas portas

E em nenhuma delas vislumbrei o aniversariante.

Sai um pouco desolado.

Me recolhí e fiquei a me perguntar.

Por que tanta euforia se todo dia é dia de natal?

E todos os dias ele nasce em todo o universo.

Mais tarde o sol ainda não chagara, e o som da música já se fazia mais fraco.

Pela quarta vez eu deixava o sono ainda não dormido

E o encontrei!

O Arauto. Cansado, malcheiroso e não parecia ter nascido naquele dia!

Todos já entorpecidos em sua própria festa não o reconheceram.

E fecharam-lhe as portas.

Ao romper da aurora, caia a ribalta, as portas se abriam para um novo dia.

Não era mais natal... E ele ali inerte ao solo onde descansava invisível aos olhos de seus anfitriões.

Sem cheiro, sem alento, sem recordações!

Não era mais natal, não era mais natal.

Nicola Vital
Enviado por Nicola Vital em 26/12/2021
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