Poema ao Acaso
Falo do Acaso,
Este que nos espera nas esquinas,
Que nos enche de esperança
E que raramente acontece.
Este Acaso que te surpreende nas ruas,
Como se fosse o próprio destino agindo.
Sim, o Acaso,
Este amigo que tanto esperas,
Na esperança de que tragas consigo alguém,
Que por acaso um dia se fora.
E fica o Acaso, como um mistério,
Circundando os dias, invadindo as noites,
Escondido na curva, ou esperando na sombra,
Que por acaso o encontres.
E se o encontrares,
Talvez encontre um sorriso,
Ou um sonho de um dia,
Ou, quem sabe, uma desilusão.
Porque o Acaso é incerto e inesperado...
Às vezes, carrega culpas de crimes que não cometeu,
Mas, às vezes, também carrega alegrias e louros
De medalhas e glórias que não mereceu.
Quem sabe o Acaso leve, guardado no peito,
Algum segredo: que ele, o Acaso, por acaso,
É filho da esperança que um dia amou por acaso o destino
E com ele se casou.