Poema ao Acaso

Falo do Acaso,

Este que nos espera nas esquinas,

Que nos enche de esperança

E que raramente acontece.

Este Acaso que te surpreende nas ruas,

Como se fosse o próprio destino agindo.

Sim, o Acaso,

Este amigo que tanto esperas,

Na esperança de que tragas consigo alguém,

Que por acaso um dia se fora.

E fica o Acaso, como um mistério,

Circundando os dias, invadindo as noites,

Escondido na curva, ou esperando na sombra,

Que por acaso o encontres.

E se o encontrares,

Talvez encontre um sorriso,

Ou um sonho de um dia,

Ou, quem sabe, uma desilusão.

Porque o Acaso é incerto e inesperado...

Às vezes, carrega culpas de crimes que não cometeu,

Mas, às vezes, também carrega alegrias e louros

De medalhas e glórias que não mereceu.

Quem sabe o Acaso leve, guardado no peito,

Algum segredo: que ele, o Acaso, por acaso,

É filho da esperança que um dia amou por acaso o destino

E com ele se casou.

Arádia Raymon
Enviado por Arádia Raymon em 19/01/2008
Reeditado em 28/01/2008
Código do texto: T824591
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