O cravo e a rosa

“O cravo brigou com a rosa...”

Durante dias e noites.

Ele a fez sofrer como o diabo

E quis pregá-la numa cruz

“...debaixo de uma sacada...”

E ante a mesma ele preferiu palavras

Que feriram o seu orgulho

E a fizeram chorar lagrimas por redenção

“...o cravo saio ferido...”

Pois apesar de tudo que acontecera

Ainda restava um pouco do amor

Que dedicou aqueles doces lábios infiéis

“...e a rosa despetalada.”

Já não a restava o seu orgulho

E nem um resquício de dignidade

A única coisa que desejara? Misericórdia!

“O cravo ficou doente...”

Louco!? Sim, ele estava ficando

E toda aquela dor já não suportava

A esperança de uma vida sumira

“...e a rosa foi visitar...”

Sentia-se culpada por tudo

E aquilo apodrecera seu coração,

Era hora de lutar por o que perdeu

“...o cravo teve um desmaio...”

- Viver por que? A angustia o sufocara

E já não se importava com todos os flashes e luzes

E nem queria mais seu coração a bater

“...e a rosa pos se a chorar.”

Já não adiantava pedir desculpa

Ou sequer costurar as feridas

Agora só restara a lembrança

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 01/03/2008
Código do texto: T882337