POEMA COM A MINHA CARA
(intertexto)

Baseado no Poema das Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade

Quando eu nasci um obstetra,
Desses que não se encontram mais,
Gritou:
"Salvemos a mãe que a criança se safará de teimosa".

As praias abrigam os cansados
Que correm atrás de paz.
A manhãzinha seria dourada
Se não fossem tantos dejetos.

O ônibus vinha cheio de bundas,
Bundas de toda cor.
"Pra que tanta bunda, meu Deus?!",
Eu me pergunto...
...Mas meus olhos estão cansados de ver bunda.

A mulher atrás dos óculos e da câmera fotográfica
É brincalhona,
Adora escrever,
Fraca, porém, com as maldades do mundo.
Ainda bem que tem muitos amigos...

Meu Deus, mesmo fraca, protege minhas doideiras.
Elas me fazem sobreviver
Ao meu mundo, tão pequeno mundo,
Que só é vasto
Porque na rima
A ti devo tudo.

Eu também não devia,
Mas vou dizer:
Este amanhecer
Não me comove;
Ele só me transforma em anjo.
Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 17/02/2010
Reeditado em 07/03/2010
Código do texto: T2091926
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