Remos viventes

Os remos do barco da vida

batem na superfície de uma dura realidade

Seguem os fachos de luz

dos sonhos mais ardentes

que se perdem no crepúsculo

da corrida desenfreada

Vê-se como o eco se alastra rapidamente

abrindo a gaiola

que furtiva desnuda a mente

Que sonhava radiante

em deitar-se me berço ardente

como acalanto para os cansados corações

As faces são rosadas

carregadas de sofrimento e expressões

Nada é de temer mais

que arder no fogo do desejo

como o perfume

na pele a se entranhar

lapidando as emoções

e fomentando lampejos

Oh! Noite silente

que esconde as tramas da vida

Esquece-te que não se pode ocultar

as ondas que são eternas e divinas

como as estrelas a brilhar

E fico eu aqui esse barco a remar

exposta a dor de um adeus

que poderá surgir...

Talvez tenha forças para uma despedida

se esta for curta

ou morra em lágrimas

se for eterna e sofrida

Nem sempre é fácil

velejar mares bravios

mas é sempre bom ficar atenta ao leme

porque pode ser definitivo

perder-se no rumo

e acabar sem direção para voltar