"No Escuro" (A Venda)

"...Vendas meus olhos e percebe que não consegues me ver.

Te enxergo por entre negra venda e vejo o seu sorriso.

Sinto o seu corpo mesmo distante,

Percebo seu perfume a todo instante.

O que você não imagina é que sua imagem está impressa em mim.

Escrita como um poema em meu corpo.

Posso ler-te de trás pra frente.

Te vejo vestida de suas vontades e desejos,

Despida de fato.

Na sala,

No Quarto.

Entre lençóis ao lado do rei.

Prisioneiro de seus encantos sou e sempre serei,

E agora Vendado por ordens de quem?

Dos seus quereres?

Ou pela vontade do rei? (Risos)

Por puro capricho ou um fetiche sei lá..

Por minha loucura,

Ou burrice?

Burrice de te querer Nua de desejos e vontades,

Por isso a mim foi imposta uma venda de castidade.

Para que meus olhos não posam te consumir,

Te ver como você deve ser vista Magna,

Bela,

Mística.

Poeta sou e posso te ver como os cegos enxergam na escuridão,

Este é o meu dom.

Mulher de sonhos e imagens,

Emoldurada por um jardim.

Onde passeiam meus pensamentos enquanto vendado.

Rodeadas de seres alados e no ar um perfume de Jasmim.

Uma Orquídea rara,

Mesmo vendado te vejo assim..."

("No Escuro" (A Venda), by Carlos Venttura)

Carlos S Venttura
Enviado por Carlos S Venttura em 16/10/2008
Código do texto: T1231477