Caminhos da Ausência
Caminhos da Ausência
Desafinado é o meu caminho,
Sem a música dos teus passos...
E no silêncio torturante dessa estrada
Ouço-te ao longe, como uma sinfonia inacabada...
Quando te ausentas de mim
Sou pássaro aflito, asas aos céus estendidas,
Triste pássaro de asas feridas...
Quando te vais de mim
Permaneço pousado na esperança
Onde habitam meus sonhos e desejos
Ensaio vôos de alegria,
Acalentando o instante de voar
Rumo ao horizonte que me convidas...
Flutuas nas cores da minha memória,
Pintando o cenário da minha solidão
Com os matizes das tuas lembranças
Lá fora, a espera, apossa-se dos meus anseios,
Acariciando-me em sutis devaneios.
O vento que desfolha minhas madrugadas
Sopra-te meus tantos versos
Na profusão de mais uma alvorada...
Confesso-me através de cada letra,
Revelando meus segredos e intenções
É no dedilhar de cada nota dessa minha lira,
Que ouves a voz da minha saudade
Há uma devota eternidade
Elevando-se, súplice, no altar do destino,
E entre os ponteiros do tempo,
Roga, ansiosa, pelo encontro dos nossos olhares
© Fernanda Guimarães e J.B. Xavier