QUANTOS AMORES, QUANTAS DORES

Não sei quantos amores tenho,

Não sei de quantos amores mudei,

Só sei que me acho estranho,

Se acabei com meu amor, não sei.

Preciso retificar minh’alma,

Agirei então com muita calma,

Atento ao que sou e ora vejo,

Assim vou podando meu desejo.

De todos os amores em passagem,

Neles vejo a minha própria imagem,

Disperso, imóvel, eternamente só,

Sem fé, sem esperança, pobre de Jó.

Não sei se estou onde estou,

Assim sem amor vou vivendo,

Nada mais em mim restou,

Somente grande saudade ora batento.

Agora entendo o que sempre li,

Tudo que julguei, tudo que senti,

Sei também que o culpado fui eu,

Só Deus sabe o que me prometeu.