Coração Fugitivo

Desesperado

Fico olhando assustado

Meu ser jogado num canto

Insone

Olhando um fito nada

Feito igual branca luz

O olhar parado

Consome doces beijos não dados

Suga o mel que é a vida das veias

Em quantidades obcenas

Leva meu ser nas centenas

Dos escuros caminhos molhados

Que as lágrimas deixaram

Somente um silencio moribundo

Faz companhia ao ser jazente

Desejo

Amorfo ficou o catre deserto

Desocupado pelos abraços sobrados

Que tomaram rumo ignorado

Ainda existe vida eu sei;

Urgente é o resgate eu sei.

Mas como acudir esse corpo

Que procura, quer, anseia?

Tem pouco tempo o pulso.

Vitima de um coração fugitivo!