ENTREGA

ENTREGA

Desejaria me envolver

Entregar-me por inteiro

Deixar-me tomar, estremecer

E que você se tornasse dona

De todos os meus sentidos

Viraria-a na cama, - você passiva -

E nosso leito se tornaria

Um canteiro da emoção

Travesseiros aos pés da cama

Roupas, abajur no chão...

Transformaríamos nossa alcova

Num frenético e delicioso caos

Com um Kama-sutra tupiniquim

Virada, deitada, de bruços, sentada,

Por baixo, por cima, de lado

Eu percorreria todas as suas curvas

Com minhas mãos e minha língua

Perderia-me em todos os seus detalhes

Exploraria todos os seus cantos

Beberia em todas as suas fontes

Embebedaria-me com seus fluidos

E me lambuzaria, encantado,

Como quem nunca comeu melado

Tocaria em todos os seus segredos

Morderia, lamberia, sorveria, sugaria...

E deixaria para as teorias de Freud ou Jung

As explicações de tais atos tresloucados

O fato é que eu não hesitaria

Daria-me integralmente a você

De forma alucinante e inequívoca

Sem preconceitos, tabus ou limites,

Demonstraria em total liberdade

A paixão e o desejo de me entregar

E por você o meu amor e o meu tesão

Depois de tudo, se ainda pudesse

Eu me renderia para que, - você ativa -

Fizesse então o que mais quisesse

Com meu corpo e com minha ereção.

- Certo perderíamos o senso e ouviríamos estrelas! -

Leopoldina, MG.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 18/12/2006
Código do texto: T321461