ANJO CAÍDO

ANJO CAÍDO

Tu dizes que sou anjo...

Talvez seja, quem sabe?

Mas... se fosse...

(Alertar-te se faz necessário)

Seria daqueles que caíram

Por vontade ou castigo

Pela esperança, motivados

De sentir as humanas expressões

Da Terra, atraídos pelo chão

Abandonando os etéreos espaços

As luzes e os celestes campos

Ansiosos por paixão

Não seria daqueles anjos belos

Suaves, perfeitos

E sim daqueles rudes, caricatos

Rebeldes, curiosos

Confusos, tolos...

Talvez eu, um anjo fora

Que por ser mais homem

Que anjo

Preferira cair que subir

E agora, que é caído

Permanecer quer assim...

Porque assim conheceu

O mais profundo sentimento humano

Aquele que tu, despertaste em mim

O que mais sentir faz

Todas as humanas sensações

E que saber me fez

Que um homem é capaz

De todas as angelicais percepções

O que o faz, mesmo que besta

Um anjo!

Leopoldina, MG, 13 de março de 2001.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 27/01/2007
Código do texto: T360347